Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de abril, 2010

salva-vidas

“Respira fundo, olha pra dentro e não esquece quem tu és”. Foi a melhor coisa que eu já ouvi na vida. Porque ouvi no momento certo. Houve um tempo em que eu me perdi. E me perdi feio. Foi em 2006. Se eu não tivesse escutado isso, talvez jamais tivesse encontrado o caminho pra voltar – nunca digo me achado porque ainda sou a rainha das perdidas. Mas foi isso. Nada de mapas... Eu não tinha a menor ideia de onde estava, tinha algumas dúvidas sobre quem eu era, o que queria, pra onde ir. E ouvi aquilo. Ninguém me disse pra onde correr, o que eu deveria fazer, qual era o próximo passo. Foi só aquela frase que até hoje é a minha bússola. Quando cai a casa, quando o mundo desaba na minha cabeça e eu não vejo a saída, fecho os olhos e olho pra dentro, tentando achar a melhor maneira de ficar bem comigo. É a mais pura sinceridade que eu consigo, comigo mesma. Com o tempo a gente aprende que pode colocar qualquer um no bolso, mentir pra quem quiser, forjar, fingir, inventar. A gente també

água de abril

Eu nao sou daqui. Eu nao sou desse tempo. Eu não vivo nesta época de pessoas criadas para terem vergonha do amor. Eu não sou de um mundo que desdenha das palavras e da alma que se deposita nelas. O meu gesto não é virar as costas, é estender a mão. Eu não sou desse tempo, mas eu não vim do passado. Eu faço parte de um futuro que eu mesma criei. Eu vim de um mundo onde se pode acreditar em alguém que diz o que quer. Lá ensinam a jogar limpo. Lá a gente aprende a ser sincero. Este é o mundo das caras quebradas, dos corações partidos, das almas farrapas, do riso amarelo, do olhar distante e do frangalho. Porque as pessoas de visão, criadas nesse futuro, vivem neste presente imundo. Aqui é a terra da insensibilidade. - O que é isto no teu peito? - Um calo. Serve pra bombear sangue. - Um dia foi coração? - Talvez, um dia seja. E assim eu sou o que se chama de “uma besta”, por andar de olhos fechados, num caminho que se faz no próximo passo. Sem trilha. Volta e meia caindo em

iPod

Um dia eu abri o olho e tudo que antes era nítido tinha virado um borrão. Todas as obras perfeitas e acabadas voltaram a ser rascunhos. Ou nunca deixaram de ser e eu pensei que sim. Talvez o Lucas tenha razão e eu também deva me permitir morrer aos 16. Ter eternos 16 e aceitar que a maioria tem. Por que justo eu levar tão a sério? Por que justo eu ser tão levada a sério? A maioria dos sentimentos que eu conheci na minha vida teve a profundeza de um pires. E eu paguei a conta todas as vezes que fui intensa e desmedida. Paguei a conta todas as vezes que prometi não ter cuidados e pular do bungee jump. Caí no buraco por andar de olhos fechados. E sempre fui culpada por ser quem eu era, quem eu sou e agir como eu ajo. Sempre fui apontada, carreguei o baú. Não gosto de ser insignificante. Não gosto de entrar na vida de ninguém se não for pra fazer um maremoto. Eu gosto de mudar, amo me reinventar, sou um camaleão. Já ouvi isso no sentido pejorativo, mas a grande verdade é que, quem

24,016438 horas

Há dias que eu acordo meio mandona. Resolvo que quero isso ou aquilo, me aproprio do mundo, escolho desejos alheios e, se bobear, até o refrigerante dos filhos dos vizinhos. Tem dias que eu não dou opção. Não há Cristo que me convença a mudar de opinião. São raros, mas existem. Decido quem existe, quem some, o que aconteceu, mudo os rumos da história, decreto o improvável, minto jurando que é sério. Um pequeno caos de 24 horas... até pelo perigo que representa fazer isso por mais tempo – não quero ser presa, juro - , ou seja, no dia seguinte tudo está como sempre foi. Cabral voltou a descobrir o Brasil, a gravidade é uma realidade e a minha conta bancária segue no vermelho. Piscante! E daí, nesses dias, eu resolvo tudo. Nada fica sem solução, já que EU decido, EU mando, Eu determino. O que eu sei, eu digo, o que eu não sei, eu invento. E vale. Pelo simples fato que eu decido. E se alguém discordar, eu mando sumir – do MEU mundo, no MEU dia. Já pensei em fazer um #kukyday, mas a minh

não escrevi nada do que era pra escrever

É sério, posso ser uma pessoa zen, mas isso não quer – obrigatoriamente – dizer que eu tenho paciência. Não tenho. Eu sou bem tranquila, é verdade. Brigo muito pouco e os insultos que eu falo são sem querer, pelo menos na grande maioria. As birras e desaforos sim, são pensados. Assumidamente premeditados. Acho que não há mal algum, posto (adoro usar “posto”) que assumo que faço mesmo de caso pensado. E não fico nem vermelha... Eu tenho muitos (MUITOS EM CAPS LOCK) defeitos e também conheço todos pelo nome e sobrenome. Gosto deles e continuo sustentando que as maiores paixões não surgem das qualidades e sim dos defeitos. Eu tenho alguns defeitos que eu gosto mais do que de algumas qualidades, e tenho características que às vezes são defeitos e às vezes são qualidades. Também tenho algumas características com as quais eu convivo sem saber exatamente o que são. Algumas coisas funcionam sempre bem, outras só quando não se alteram as CNTP (isso me lembra que até hoje odeio mais que tudo na