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Mostrando postagens de agosto, 2010

cirrus, cirrostratus e cirrocumulus

Cometo os mesmo erros há séculos, me prometo absurdos, me juro de morte, me digo que não com o dedo em riste e quando eu vejo... ops. Delícia. A desobediência me sorri banguela. Eu retribuo o sorriso. Não consigo negar um impulso, ele me seduz. Sou fraca pra evitar alguns fracassos. Diria mais, preciso testar alguns, coisa que se começa sabendo como acaba: mal. É só pra confirmar, sim, eu tinha razão, gênio. Mas precisa se jogar de tão alto? Precisa ir tão longe? Avançar o sinal, atravessar a rua sem olhar pros dois lados, não usar o cinto, isso é normal. Os meus descuidos são prazeres que não posso me negar. Viver envolta em plástico bolha não faz meu estilo. Não aprendi a nadar em águas rasas. Mais que isso, simplesmente não sei nadar em águas rasas. Preciso que não dê pé. O risco me fascina, faz sentir o pulmão encher de ar e quando o risco vira fato e se perde a noção de qualquer limite, não tem frase feita. Não há tempo pro ensaio. O improviso vira realidade. Um rascunho que nã

na teoria funciona bem

A conclusão é óbvia, tudo é questão do ângulo de observação. Eu, como detesto metafísica, fico cá no ângulo de mim. Não quero sair de mim, me olhar de fora pra saber o que eu sou. Interpretar o meu ser é uma questão de ficar exatamente onde eu estou, não me mover um milímetro. E vejo que está tudo bem por aqui. Os barulhos de dentro são altos, mas harmônicos, não ofendem os tímpanos. Se me recolho do mundo de todos pra prestigiar a minha companhia, é por isso. Eu me dou bem demais comigo. Sou apaixonada pela minha pessoa, meus próprios mistérios me fascinam, meus destemperos e excessos. As regras que eu invento, depois desinvento, quebro, colo, são puras exceções. A regra é ter equilíbrio, desde que não seja morno, desde que desça do muro, desde que eu não morra de tédio, desde que não seja mesmo tão equilibrado assim... É isso mesmo, não me leve tão a sério, nem eu faço isso. Sou uma caixinha de surpresa. Não me ataque à primeira vista, há uma chance muito grande de não haver a

jamais 18

Existia um Roger. Ok, o Roger. Era meu colega nas cadeiras de quarta de manhã e quinta de tarde. As cadeiras de sexta eram proibidas, já era dia de ir pra praia ou a festa da quinta não me permitiria acordar... A faculdade é muito interessante aos 18 anos. A gente acredita em centenas de premissas, desacredita de outras tantas, mas a maioria delas não interessa. Nem fazem sentido. O percentual de fim de namoro é elevado nos primeiros semestres. Lá estava Roger. Ele era muito descoordenado, andava estranho, falava estranho, ria estranho, puxava o ar e fazia ronquinhos franzindo o nariz. Realmente Roger era estranho. Além de alto, atlético, com cabelos ao vento e os malditos cílios longos. Eu me lembro da primeira vez que notei aquele ser na mesma turma, foi perto da G1, primeira prova. Teve um campeonato de futebol na faculdade, um dos meus amigos, Douglas, que era de outro curso, havia me recrutado pra assistir. Eu era a responsável por cuidar do nosso chimarrão nos intervalos. Dougla

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A tentação de um erro é muito grande. Quando o erro é bom, é enorme. Não adianta tentar convencer de que não é um erro, tenho tendência a querer alguns deles. Os propositais me fascinam. Sabe erro que vem em loop. Tu já o erraste uma vez, passou, e ele vem de novo, tu vês a onda se formando. Mergulho? A resposta é óbvia, se mergulhar tu sabe que vai tomar caldo, sabe que vai se afogar. Até voltar à superfície serão muitas braçadas. E o que se faz? No máximo tampa o nariz com os dedos: indicador e polegar. Que maravilha. A sensação de estar mergulhada nesse equívoco e não ter ninguém por perto que possa jogar uma bóia.   Esta sou eu. Parada na frente desse mar de falhas que eu já conheço. Oi, já fomos apresentados? Sim, mas eu não quero que tu me pague nenhuma bebida. Estou só sentindo o vento e observando as ondas se formarem. Uma hora são inofensivas marolinhas. Em segundos, são tsunamis. Ainda estou parada, contemplando, escolhendo o melhor momento de sair correndo e tapar o meu nar