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Mostrando postagens de outubro, 2010

cineminha

Sabe quando uma pessoa está falando contigo, tu estás prestando atenção, mas na tua cabeça estão passando outras coisas? Eu faço isso às vezes, olho com a maior cara de foto 3x4, mas na minha cabeça, os pensamentos estão absurdamente mais além. E a pessoa ali, na minha frente, tentando me ganhar na palavra. É pura preguiça de ir contra e explicar o meu ponto de vista, por que eu discordo ou o que eu acho de diferente. Assim a pessoa acha que concordamos, que podemos ser parecidos, até temos afinidades. Eu presto atenção e não me manifesto por pura preguiça. Óbvio que não é sempre, mas geralmente em fins de noite, fins de festa, fins de ano e quando eu sei que a pessoa se ofende muito com opinião contrária, apenas me transformo em boa ouvinte. Em certas situações a pessoa só precisa mesmo falar. Eu me proponho a só ouvir. E não é que eu concorde. Isso mostra o quanto é difícil assumir pra um outro quem nós somos. Mostra o quanto a gente tende a jogar, a se esconder em vez de se mostrar

que se dane amélia

A mesa era redondinha, mas ficava encostada numa das paredes da cozinha. O meu lugar era entre a mesa e a geladeira, quem mandou ser magrela... O cardápio da janta era pizza e bebíamos vinho. - Me passa a mostarda? Dei uma espirrada de mostarda na mão dele e sorri enquanto mastigava a fatia de pizza que estava quase inteira na minha boca. Sorrir de boca cheia não é charmoso pra fazer na frente do noivo. Ele franziu a testa, limpou a mão no guardanapo, colocou a mostarda no canto do prato, continuou comendo, como se nada tivesse acontecido. E aconteceu? Aconteceu. Naquela hora tive certeza do que já desconfiava, era mesmo hora de ir embora. O anel de noivado era bem bonito... pena. Não me encaixo na forma de mulher ideal. Não me encaixo na forma da mulherzinha, não sou convencional, não dou muita importância para a maioria das coisas que se aprende e que eu acho superficial! Sei lá. Ali eu vi: esposinha, nunca serei. Não que eu não curta amar de maneira desmedida, não que eu seja i

camisola de matar marido

- Agora chega! Sou bem grandinha, é hora de ter uma camisola! – Decretei sozinha no quarto ao me deparar com a cena no espelho. Eu de camisa xadrez de flanela, meias listradas e pantufas de pé de monstro com direito a garras, com uma xícara de chá na mão.   - Deprimente! Tenho 30 anos, nem minha vó de 80 e muitos deve se vestir assim pra dormir! Amanhã compro uma camisola. É isso ou a vida! Minha gata, em cima da cama, apenas virou as orelhas pra trás e continuou procurando o melhor lugar em cima do travesseiro. Já estava acostumada com as minhas decisões noturnas, promessas não cumpridas, teorias infundadas, confissões pro espelho e principalmente comigo naqueles trajes. Eu estava convencida, dessa vez era sério. Eu que amo ficar sozinha, me agradar, me paquerar, aproveitando o máximo da minha privacidade, no auge do isolamento e egoísmo que beira à ignorar o mundo, dei de cara com uma baranga!!! Pior só se eu usasse rolo ou passasse uma nhaca verde na cara. Saí do trabalho e r

o zodíaco, por mim mesma

Eu nunca acreditei muito nessas histórias de signo, até 2003. Horóscopo e previsões até hoje não leio, não levo a sério, uso pra fazer brincadeiras sobre o meu dia. PORÉÉÉM, em 2003, caiu nas minhas delicadas mãos cheias de dedos, e em frente aos meus olhos cheios de curiosidade, uma descrição da personalidade da pessoa de aquário. Era eu. E mais, uma descrição de uma pessoa de capricórnio. Era a minha irmã. Corri pra descrição do signo de touro – pessoa que mais tarde seria meu namorado – foi batata! Comecei a acreditar um pouquinho. Li todas as descrições de todos os signos e ficava tentando decifrar nas pessoas algumas das características e não é que MUITAS coisas batiam? Mais tarde me apresentaram um livro chamado NASCIDO NUMA DROGA DE DIA. É perfeito. Desde então acredito sim que os signos têm influência na personalidade das pessoas. Não que sejam todas iguais, mas que alguma coisa tem... Tem. Tem sim. E isso tem muito a ver com a maneira como as pessoas se relacionam com

tinta

Dou risada. Sim, preciso. Não me resta outra alternativa, tenho que dar risada. Dessas coisas bobas, dessas coisas da vida, dessas voltas que o mundo dá e dessas gentes que ainda tenta me entender, rotular e explicar. Dou risada, não dou explicação. Me levam no máximo um sorriso, enquanto faço um gesto batendo as pontas dos dedos da mão esquerda nos da mão direita. E suspiro. Não guardo rancores, nem na caixa de e-mails. Se é por preguiça, se é por comodismo, não sei. Justifico por evolução, mas não sei explicar. Não sou partidária de me incomodar ou passar trabalho pelas coisas idas. Mas a mágoa não passa instantaneamente, nunca disse isso. Jamais vou negar que sinto ou senti, só digo que ela passa. E por tê-la sentido – e não é a sensação mais agradável do mundo – eu não guardo rancores. Eu sou flexível, adaptável, maleável, sou tantas sem me desabitar. Alimento meus gostos e meus desgostos e lambo as minhas próprias feridas. Poucas coisas exigem tamanho autoconhecimento. Saber o