Pular para o conteúdo principal

mogli

Não que eu queira me desfazer da postura de boa moça – que eu juro que sou –, mas boas moças também falam de sexo. Lógico que eu não pretendo falar das minhas particularidades ou das minhas preferências. Eu tenho lido muita, muita, mas MUITA, em caps lock, bobagem. Escutado mais ainda. O mundo da solteirice é complicado demais, porque os próprios solteiros e solteiras complicam. SIM, homens e mulheres, meninos e meninas. Não venham me dizer que as mulheres complicam tudo, complicam muita coisa sim, mas os homens também têm suas parcelas de culpa. Até tenho as minhas opiniões um pouco machistas, volta e meia me vejo inclinada a defender o time dos meninos, adoro e adoto a praticidade deles no que dá (literalmente, ou dá ou desce). Isso tem uma explicação, já falei aqui: assim como Mogli foi criado por lobos, eu fui criada por meninos. Fui ter amigas lá pelos 15, 16... O que não quer dizer que Mogli seja um lobo, muito menos que eu seja um menino. Definitivamente, não sou.

Mas sempre tive uma relação muito boa com os guris e até hoje tenho amizades sinceras com eles, que me mimam – quase não gosto! Então, preciso compartilhar algumas coisas, me sinto na obrigação. Primeiro, não tenha vergonha de tirar a roupa. Se você é gordinha, tem celulite, relaxa. Nessa hora eles não percebem. Os comentários que eu ouço nunca são “daí, ela tinha culote” ou “ela tava cheinha de celulite na bunda”. Mas já ouvi coisas sobre tirar a roupa com muita pressa, usar uma calcinha velha, marrom ou que não combine com o sutiã. Ah, sim, a maioria dos homens que habitam o mundo não sabem combinas a meia, com o terno e com a gravata, mas sabem muito sobre lingerie. Aliás, desconfie do homem que sabe alinhar meia, terno e gravata. Ou ele tem namorada, ou ele quer namorado.

E a dúvida sobre transar ou não... As meninas nunca sabem se podem ou não transar no primeiro encontro. Os meninos dizem que é indiferente transar no primeiro ou no quinto, por exemplo. Mas percebo que eles não ligam no dia seguinte para aquela que transou no primeiro dia, enquanto é consideravelmente mais alta a chance de ligarem para aquela que deixou o sexo pra depois. Por quê? Simples, um homem, no primeiro encontro não vai transar por estar loucamente apaixonado por ti. Vai transar porque pintou o clima, rolou tesão, essas coisas carnais. Jamais cobre dele por não ter ligado. A escolha foi dos dois.

Também escuto reclamações femininas de que ia tudo muito bem até transarem, quando ele, misteriosamente, sumiu. “Tu acha que ele só queria transar? Tava me enrolando esse tempo todo?” Sim e não. Mas o que importa, sejamos práticas... se foi ou não foi, faz diferença? O telefone vai tocar? Relaxa, isso acontece o tempo todo no mundo, não foi a primeira vez, não será a última. Em vez de ficar preocupada com “o tempo”de transar, por que não se preocupar em conquistar a pessoa? Mostrar as qualidades, o quão interessante pode ser, apresentar as opiniões, gostos, objetivos... O que ele quer, nesse momento é o de menos, ele nem sabe. Vocês estão se conhecendo, pare de pensar no nome dos filhos. E outra. O cara que quiser apenas sexo, com certeza não vai chegar falando “oi, sou o Fulano, minha única intenção contigo é a cópula sem fins reprodutivos”. Me preguem na cruz, mas eu não daria uma bofetada nessa pessoa. Ele ia ganhar no mínimo uns segundos do meu tempo, até que eu parasse de rir e tentasse entender a situação. Estou imaginando e rindo sozinha hahaha! Enquanto isso, Noah and the Whale cantando...

Acho toda essa história de complicar muito complicada. Prefiro tudo descomplicado ao máximo. Conversas abertas, sinceridades, algumas cortantes. Azar. Estamos aqui para viver. Ou estou errada?!

Acho que as pessoas perderam o prazer da paquera, esqueceram o charme da conquista, o jeito de fazer a corte. E eu acho que fazer a corte é coisa de homem, nem pense em você, mulher, tomar a iniciativa, dar uma cantada. Imagina a cena: um bar. O cara encostado, tomando um chopp com um amigo. Chega você, mulher, dá um tapa na bunda dele, se encosta no balcão. Toma um ou dois goles do chopp dele, dá uma mexida básica no cabelo (homens, isso quer dizer “estou na tua”), se apóia com um só cotovelo no balcão de modo que o decote fique à mostra sem nada saltar pra fora. E daí, olhando dentro dos olhos dele: “então, gatinho, eu sou a Fulana, posso te pagar uma bebida?” No mínimo bizarro! Mas também seria divertido... hahaha

Canta, Noah, canta!


Pra mim, a melhor aproximação ainda é "oi, vamos viver, descomplicar e nos divertir?"
Topo!
 
(entreguei o ouro pro bandido?!)
 

Pra não dizer que não falei em poesia...

Il guscio rotto

In caso di male

hai chiesto cremazione

perché il male

smettesse di mangiare

noi siamo quelli

che hanno sibilato sì o no

a brochure di bare

non c'era bisogno

di fare pace tra noi

quando la cerea spianata frontale

confermava che le guerre

erano tutte inventate



ancora una volta

hai avuto troppo coraggio

ancora una volta

hai deciso tu

chiedendoci regali

per le infermiere

dei tuoi ultimi orgogli

e poi avviarti

i medici con le mani aperte

i mesi scivolati a terra

il guscio rotto



ancora una volta

hai avuto l'ultima parola

cercando di non sporcare

non suonando mai

il campanello del reparto

confessando alla suora

e bestemmiando fino in fondo

che non ti andava di morire

e poi zittirci che avevi sonno

proprio nel giorno della Madonna

Comentários

Carlos disse…
Como não ser FASCINADO por este ser???
Diário Virtual disse…
verdade... esse negócio de paqueras, rolos, romances, transar ou não transar as pessoas fazem um bicho de 7 cabeças inexistente.
sempre achei que se transasse no primeiro encontro, o cara iria me ter por louca, porém, o namorado que eu estou transei no primeiro e não nos desgrudamos mais.
até comentei isso no meu ultimo post.

adoro vir aqui.

bjoka
Rafa disse…
apenas uma palavra: porra. O dia q elas entenderem nós. Vc é uma das q entende.
Ah se toda essa praticidade e entendimento fosse um agregado e não um opcional das meninas ... tudo seria tão mais fácil! ou não!
BETO disse…
Bocuda, cada vez melhor.
Anônimo disse…
Que mulher! bj
Anônimo disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse…
Um grande raciocínio. Exatamente isso. Não é transar na primeira que definirá o futuro. Dentro de uma certa razoabilidade, não importa o que as mulheres fazem, mas sim o que falam. Cito um exemplo bem absurdo para ficar mais fácil entender o que exponho. De nada adianta a mulher não transar na primeira e comentar coisas do tipo "o que eu gosto mesmo é transar com dez ao mesmo tempo." Não adianta nada disso. O que importa é quem a pessoa é, e não quem ela imita. Seguir uma espécie de "protocolo de conduta" é inútil para nós homens, ao menos para mim. O que importa não é o personagem que a mulher interpreta, mas sim quem ela realmente é. Julgarei-te por quem és, e não por quem imitas. Há outras maneiras bem mais nobres de conquistar uma pessoa. Se possui apenas este recurso, está demonstrando dois aspectos negativos. O primeiro, que não possui outros meios. Em outras palavras, está faltando conteúdo, e mulher sem conteúdo é terrível. Em segundo, embora tenha vontade de transar na primeira, não o faz para agradar os outros, e aqui demonstra infantilidade. Em suma, uma postura infantil e sem conteúdo. Por isso, tomo a liberdade de deixar aqui uma dica do mundo masculino, representado na minha humilde pessoa.
Se o homem transou na primeira e sumiu, não foi por esse motivo que ele desapareceu. Ou estava querendo satisfazer a necessidade sexual da espécie, ou o sexo não correspondeu as expectativas que esperava. Das duas uma.
Na análise visual - sem trocar uma única palavra - o homem já consegue perceber se a mulher tem o perfil de que transa na primeira ou se é daquelas que precisa de mais intimidade para transar. Ele faz isso analisando o olhar, suas roupas, sua maquiagem, seu caminhar, sua maneira de conversar com as amigas na roda, seu gesticular ao falar. Por isso que não transar na primeira é irrelevante.
Está ali o comentário da "Rê" para comprovar.

Postagens mais visitadas deste blog

(des)graças virtuais

Lembram que há posts atrás comentei sobre um fato engraçado que havia acontecido, mas eu não podia ainda contar porque não sabia como? Pois bem... contarei. Antes, é sempre bom lembrar que não é nada pessoal, tudo em nome da literatura. Faz de conta que aconteceu com a prima de uma amiga da sobrinha da vizinha da minha irmã. Ah, eu gosto de inventar personagens para fatos reais e me agradam fatos fictícios para personagens reais, também me autorizo complementar a verdade, inventar outras e ajeitar do jeito que eu bem entendo. Já que sou eu quem escreve, eu posso tudo. Não sou democrática quando escrevo. Nem quando tenho fome. Era uma vez, uma festinha. Dessas festinhas que acontecem todas as semanas, no mesmo lugar, com as mesmas pessoas reunidas, que a gente já tem até uma noção do que vai tocar, do que vai acontecer, de quem vai encontrar. Essas festas onde não precisamos de dons mediúnicos pra prever incomodação ou com quem se vai embora, melhor, com quem não se vai em...

poucos gigas

Eu não sou boa fisionomista. Não sou boa em lembrar dos rostos das pessoa que conheci. Se eu preciso encontrar alguém, tento lembrar da roupa que estava usando e se for “o Fulano, que estava bebendo água com a gente em tal lugar”, vou lembrar da marca da água, se era com ou sem bolinhas, como o Fulano bebia, onde era o lugar e o que fizemos, mas provavelmente, não me lembrarei do rosto da pessoa. Às vezes eu não presto muita atenção no rosto, escuto o que a pessoa fala, fico atenta aos gestos... pelo menos em uma primeira conversa. Sou detalhista demais pra prestar atenção apenas no rosto. A menos que a pessoa seja muito marcante já à primeira vista. Tive uma paixão adolescente no colégio. Por todo o segundo grau, na verdade. Era um menino que nunca estudou comigo, nunca namoramos, mas éramos declaradamente apaixonados um pela companhia do outro, pela nossa sinceridade e pela maneira como jamais nos cobramos nada. Havia um pacto branco de jamais mentir. Havia um pacto branco de não ...

estudo antropológico (I)

Podem me crucificar pelo que vou dizer agora, mas um homem de verdade precisa ter seu futebol semanal. Ou coisa que seja equivalente. E digo mais: pelo menos semanal. Se for mais de uma vez, beleza. Se for um dia de futebol, outro do tênis, mais um de pôquer e outro de paintball, que bom! Se tiver churrasco depois do futebol, melhor ainda. Um atleta precisa repor líquidos, cerveja é válida. Um atleta precisa comer proteínas, ainda que oriundas de uma bela costela pingando gordura em cima do carvão em brasa. Hmmm, até eu fiquei com água na boca! Um homem precisa se reunir com seu clã. Eles precisam gastar energia física e mental em conjunto. Precisam correr, precisam disputar a bola, urrar a cada gol feito – sem dancinhas, por favor. Depois eles precisam comentar cada lance, de preferência durante o churrasco, relembrar o drible, aquela bola no meio das pernas, o chute no travessão. Debocham de quem perdeu como se fossem renegados das cruzadas e minutos depois servem um copo de cerveja...