Pular para o conteúdo principal

baixa dosagem

- Moça, isso tem em comprimido ou é só xarope?



- Depende da dosagem.


- É baixa...


- Vou verificar no sistema, só um momento... Hmmm...


- Que foi?


- Quantas vezes por dia a senhora precisa tomar?


- Uma vez, à noite.


- À noite pode provocar insônia.


- Mas é a orientação da receita, não?


- Sim, mas tomar ciúmes à noite, mesmo com baixa dosagem pode causar insônia, gastrite e DR.


- Entendi. E tem em comprimido?


- Não, só em xarope. A senhora pode escolher o sabor. Temos ciúmes em diversos sabores!


- Sei lá, me vê qualquer um...


- Temos futebol com os amigos, chopp depois do trabalho, amigas, futebol...


- Sério, qualquer um.


- Quem receitou isso para a senhora?


- Meu namorado. Ele disse que é impossível namoro sem ciúmes.


- A senhora vai ter que pedir pra ele trocar a receita.


- Por quê?


- Porque esta receita é branca, que é para fazer as pazes. Para ciúmes tem que ser receita roxa.


- Roxa?!


- Sim, senhora, roxa de ciúmes.


- Moça, não quero mais levar isso, não...


- Não?!


- Não. Quero uma caixa de pé na bunda, bem grande, pro meu namorado tomar!


- Este pode levar sem receita, senhora.

----

(ciúmes não veio no combo!)

----

Acreditem, era uma discussão seríssima sobre ciúmes!

Comentários

andrecj disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Keila disse…
Muito bom.
Foto bem estilo, Kuky. Tá linda!
Carlos disse…
Kukynha, me da o endereço desta Farmácia!!!

Postagens mais visitadas deste blog

(des)graças virtuais

Lembram que há posts atrás comentei sobre um fato engraçado que havia acontecido, mas eu não podia ainda contar porque não sabia como? Pois bem... contarei. Antes, é sempre bom lembrar que não é nada pessoal, tudo em nome da literatura. Faz de conta que aconteceu com a prima de uma amiga da sobrinha da vizinha da minha irmã. Ah, eu gosto de inventar personagens para fatos reais e me agradam fatos fictícios para personagens reais, também me autorizo complementar a verdade, inventar outras e ajeitar do jeito que eu bem entendo. Já que sou eu quem escreve, eu posso tudo. Não sou democrática quando escrevo. Nem quando tenho fome. Era uma vez, uma festinha. Dessas festinhas que acontecem todas as semanas, no mesmo lugar, com as mesmas pessoas reunidas, que a gente já tem até uma noção do que vai tocar, do que vai acontecer, de quem vai encontrar. Essas festas onde não precisamos de dons mediúnicos pra prever incomodação ou com quem se vai embora, melhor, com quem não se vai em...

poucos gigas

Eu não sou boa fisionomista. Não sou boa em lembrar dos rostos das pessoa que conheci. Se eu preciso encontrar alguém, tento lembrar da roupa que estava usando e se for “o Fulano, que estava bebendo água com a gente em tal lugar”, vou lembrar da marca da água, se era com ou sem bolinhas, como o Fulano bebia, onde era o lugar e o que fizemos, mas provavelmente, não me lembrarei do rosto da pessoa. Às vezes eu não presto muita atenção no rosto, escuto o que a pessoa fala, fico atenta aos gestos... pelo menos em uma primeira conversa. Sou detalhista demais pra prestar atenção apenas no rosto. A menos que a pessoa seja muito marcante já à primeira vista. Tive uma paixão adolescente no colégio. Por todo o segundo grau, na verdade. Era um menino que nunca estudou comigo, nunca namoramos, mas éramos declaradamente apaixonados um pela companhia do outro, pela nossa sinceridade e pela maneira como jamais nos cobramos nada. Havia um pacto branco de jamais mentir. Havia um pacto branco de não ...

estudo antropológico (I)

Podem me crucificar pelo que vou dizer agora, mas um homem de verdade precisa ter seu futebol semanal. Ou coisa que seja equivalente. E digo mais: pelo menos semanal. Se for mais de uma vez, beleza. Se for um dia de futebol, outro do tênis, mais um de pôquer e outro de paintball, que bom! Se tiver churrasco depois do futebol, melhor ainda. Um atleta precisa repor líquidos, cerveja é válida. Um atleta precisa comer proteínas, ainda que oriundas de uma bela costela pingando gordura em cima do carvão em brasa. Hmmm, até eu fiquei com água na boca! Um homem precisa se reunir com seu clã. Eles precisam gastar energia física e mental em conjunto. Precisam correr, precisam disputar a bola, urrar a cada gol feito – sem dancinhas, por favor. Depois eles precisam comentar cada lance, de preferência durante o churrasco, relembrar o drible, aquela bola no meio das pernas, o chute no travessão. Debocham de quem perdeu como se fossem renegados das cruzadas e minutos depois servem um copo de cerveja...