Sempre fui boa aluna em história – e isso não é uma ironia. História geral, história do Brasil, história da arte, do Direito, da Filosofia, adorava, tirava boas notas. Eu tive professores queridos. Em casa meus pais eram livros de história. Aprendi tudo sobre feudalismo na mesa do jantar com o meu pai. Decorei os atos institucionais com a minha mãe, ouvindo Chico Buarque nos finais de tarde de domingo (um dia ainda descubro por que professores de história amam marcar provas nas segundas-feiras). Aprendi nas aulas as revoluções e aprendi com as revoluções as linhas do tempo, aprendi com as linhas do tempo que eu não gosto de linhas do tempo. Achava uma retilínea chatice. Primeiro que a tal reta nunca cabia direitinho no meu caderno. Segundo que anotar tudo tudinho em linha do tempo é um saco saquinho. Daí eu fazia setas, balões coloridos, legendas impossíveis de entender, puxava pra lá, pra cá em verde, azul, rosa e a linha do tempo era quase uma previsão do tempo, daquelas que ...
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