Nada do que eu disse foi o que eu quis dizer. Deixei de fazer o que eu queria. Parece que a vida nos desafia a provar que existimos. O fato de não conseguir dizer não significa que eu não quero. Você me tira de mim. Fico procurando nas minhas cartas de desculpas os porquês que eu preciso. Nenhuma diz. Nenhum coringa. Sem cartas nas mangas. Sem cartas na mesa. O jogo é de memória. Muita coisa mudou. Eu me mudei. Precisei me mudar de Vila Vazia. Ocupo muito espaço, ocupo mais que o próprio corpo, gasto sempre mais do que tenho. Sou perdulária de ideias. Não economizo destinos. Além da alma cigana, tenho gosto pelo dramático. Vou mambembe da honestidade da minha caneca de café preto de todas as manhãs aos delírios e inventos das canecas de chá à noite. O líquido reflete realidade e sonho, sem açúcar. Ida e volta no portão de embarque dos pensamentos. Levo a bagagem nos bolsos. Histórias na pele. Saudades nos olhos. Eu me mudei porque estava ocupada demais, cheia de mim por todos o
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