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Mostrando postagens de julho, 2010

poucos gigas

Eu não sou boa fisionomista. Não sou boa em lembrar dos rostos das pessoa que conheci. Se eu preciso encontrar alguém, tento lembrar da roupa que estava usando e se for “o Fulano, que estava bebendo água com a gente em tal lugar”, vou lembrar da marca da água, se era com ou sem bolinhas, como o Fulano bebia, onde era o lugar e o que fizemos, mas provavelmente, não me lembrarei do rosto da pessoa. Às vezes eu não presto muita atenção no rosto, escuto o que a pessoa fala, fico atenta aos gestos... pelo menos em uma primeira conversa. Sou detalhista demais pra prestar atenção apenas no rosto. A menos que a pessoa seja muito marcante já à primeira vista. Tive uma paixão adolescente no colégio. Por todo o segundo grau, na verdade. Era um menino que nunca estudou comigo, nunca namoramos, mas éramos declaradamente apaixonados um pela companhia do outro, pela nossa sinceridade e pela maneira como jamais nos cobramos nada. Havia um pacto branco de jamais mentir. Havia um pacto branco de não

to write love

Não me leve a mal. Chame-me de chata, se quiseres. Mas não nasci para aceitar, não sem questionar. Não gosto de jogos, não curto faz de conta das outras pessoas. Odeio gente burra e não suporto gente vazia, pessoas chatas me cansam, pessoas normais me fazem bufar... Falei esses dias, numa conversa com um amigo, que não sabia se me via casada ou solteira, mas que com certeza me via feliz no futuro. Faço-me feliz o suficiente pra não precisar de alguém que faça isso por mim. Quero, apenas, que não atrapalhem a minha alegria. E pode deixar que me encarrego do resto! Se alguém estiver ao meu lado, estará ali por livre escolha, estará ali feliz. Odeio prender as pessoas, não quero que me prendam... comigo as coisas funcionam de maneira mais sutil. Apesar de considerar a minha transparência ácida. Melhor isso ou um fingimento? Coisas simples me agradam. Quero saber de paixão, a comum, a diária, a autêntica. Não sei ser triste. Não sei ficar insatisfeita. Não tenho medo de desconstru

clericot

(da série contículos) É divertido quando duas amigas saem para beber e jogar conversa for a. O bar mais movimentado da cidade estava muito cheio, para variar, as duas chegaram meia hora depois do horário combinado. “Ah, o trânsito infernal”. Mentira... uma ficou fazendo chapinha, a outra procurando os brincos favoritos dentro da bolsa.   Sentaram nos banquinhos altos do balcão enquanto esperavam vagar uma mesinha numa área nobre do bar. A moral da história era ver e serem vistas. Pelo menos notadas! Pediram uma jarra de clericot. - Tem como não colocar abacaxi??? Obrigada! - Tu sempre implica com abacaxi... - Sim, odeio. Abacaxi não é fruta, é praga!   E chegou a jarra. Clericot de vinho branco, uma infinidade de kiwi, manga, morango, uva, maçã e nenhum abacaxi pra contar história. Bem geladinho. Palitos. Tacinhas.   - Sabe o que eu queria, amiga? - Batatinhas? - Não, um namorado... - Com cheddar? - Quê? - Batatinhas com ou sem cheddar??? (olhando o cardápio) - Nada de ba

uns e outros

Enquanto chove na rua, aqui dentro faz um baita sol. Quase ninguém entende, mas sentir-se bem é uma arte. E é tão bom... pra alguns pode não ser fácil. Eu, particularmente, não acho difícil. Tenho uma boa capacidade de me dar bem comigo mesma. Comigo e com todas as EU que me habitam. O que não quer dizer que eu seja super conhecedora de mim mesma, às vezes eu sou um enigma. Gosto disso. Gosto de ter as minhas certezas e as minhas dúvidas, das pequenas descobertas, das invenções, das bobagens que eu faço e chego a rir sozinha, sentindo o gosto de uma colherada de insanidade diretamente do pote. Acho bom ficar sozinha, mais que isso. Acho necessário. Pessoas que não sabem fazer isso, não se conhecem. Agregam nos seus conceitos a opinião do outro. Agregam na sua personalidade uma pitada da personalidade do outro. O que é normal e relações... Mas por isso acho importante estar sozinha às vezes. Precisamos saber até onde a gente pode ser um pouquinho esse outro, quais as manias alheias ado