Pular para o conteúdo principal

mola

Atenção. Isto é sério. Se você espera ler um texto meio chorosinho, politicamente correto, com início, meio, fim e moral da história, tal qual manda o figurino, feche o blog agora. Definitivamente, hoje o texto sou eu. Com todos os avessos dos avessos. Desculpa, me escarrei aqui!



Eu, no auge de toda a educação, moral, bons costumes, bons modos e atitudes comedidas que me foram ensinadas, confesso... sou mesmo uma impulsiva. Vez que outra sento de pernas abertas, mascando chicle pra fazer barulho, falando palavrão e fazendo gestos obscenos. Eu disse vez que outra? Disse. Ok. Não faço isso porque perdia a classe ou desci do salto. Sempre deixo claro que isso eu não faço, ainda quando pareço amarrotada, tenho alma de tergal. Prezo por manter a elegância, a menos que batam no meu carro ou furem a fila no super! Ah, gente muito chata também não merece meu alinhamento comportamental.



Kuky, volta pro rumo da conversa!



Eu sei que eu queria falar sobre os recomeços, mas não será agora. O cabelo ondulado e as unhas nesse vermelho escuro acentuam em mim essa rebeldia que eu quase escondo, se não fosse a minha impulsividade. E eu sou uma impulsiva convicta! Praticante! Quando eu vejo, já fiz, já disse, já arrumei confusão.



Eu sou um doce, mas tenho uma pimentinha ardida que me salva da monotonia. Talvez eu não seja o tipo de princesa que as mães sonham em transformar as suas filhas. Eu não sei até hoje, especificamente, o que eu espero de um relacionamento a dois. Passo léguas longe de ser uma santa ou uma pura. Léguas ainda mais longe de ser uma puta. Falei sobre os palavrões? Sim? Sim!



Eu mantenho a linha, preservo um olhar atento. Observo os limites e passo deles. Tanto faz se a passos largos ou sorrateiramente, pé por pé. Mas passo. Não de um jeito que não consiga nunca mais voltar, mas passo. Vou ali e já volto. Brincadeira de vivo/morto! Tento deixar que a minha simpatia se desculpe por mim, que os pequenos desaforos possam ser curados por um sorriso amarelo do melhor estilo ops! Nem sempre cola. Insisto. Ops... realmente, nem sempre cola!



Claro que algumas coisas acontecem sem querer. Preciso deixar a impulsividade ser autêntica. O difícil é conseguir equilibrar o diabinho (que eu batizei de Schopenhauer) com o anjinho (que eu batizei de Fernando Pessoa). Ah, eles me deixam tonta. A vantagem de eu ser tantas é que posso deixar os dois brigando e fugir um pouquinho pra outra eu. Só um pouquinho! Ultimamente meu diabinho tem vencido todas. O coitado do anjo pegou H1N1, não sei... A minha impulsividade anda sufocando o pobrezinho. Quando eu vou pensar em por que não e já fiz. E refiz. E se bobear, twittei o feito!



Tenho usado decotes. Modestos.

E saia curta. Pero no mucho.

Feito caretas, mostrado a língua e dançado muito.



Hoje lembrei de uma frase do William Purkey: Dance like no one is watching, love like you'll never be hurt,sing like no one is listening,and live like it's heaven on earth. Isso marcou a minha vida desde a primeira vez que eu li. Está escrito em mim. Deu um click... talvez seja a origem mais remota da minha impulsividade. Fazer porque vale, porque eu estou viva e não quero só existir, fazer porque não tem um porquê que explique. Não vou entrar na discussão dos limites ou de magoar os outros, sacanagem e malvadeza não são justificáveis.



Apenas fazer. Just live. Just KUKY it!



Por segundos eu tive medo. Quando fico muito abstrata as atitudes saem estranhas, como se olhar num daqueles espelhos que distorcem a imagem. Tem muito de mim em tudo e tem muito de tudo em mim. E procuro deixar um pouco de mim em todos e carregar um pouco dos outros em mim, uns como mera poeira, outros como cicatrizes. Fico feliz de ser marca em alguém também.



Ah, mas eu ia falar do medo, né?!

Passou.

Lembrei que além de impulsiva, eu sou muito sincera, principalmente comigo.

Tudo precisa de um tempo e eu tenho o meu,  faço o meu. Não uso relógio. Não tenho tempo a perder, nem do meu, nem do teu, nem do cronológico, digital ou analógico. Meu tempo, decido nos ponteiros da minha vida, nos tic tacs que pulsam em mim. Ah, meus doces atropelos!!!


A gente pode ser inimigo do mundo inteiro, mentir e enganar quem quer que seja, menos nós mesmos.

----
 
Musiquinha:
 
 
Si quieres un poco de mí
Me deberías esperar
Y caminar a paso lento
Muy lento
Y poco a poco olvidar
El tiempo y su velocidad
Frenar el ritmo, ir muy lento, más lento.



Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.

Si quieres un poco de mí
Dame paciencia y verás
Será mejor que andar corriendo
Levantar vuelo


Y poco a poco olvidar
El tiempo y su velocidad
Frenar el ritmo, ir muy lento
Cada vez más lento.

Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.



Si me hablas de amor
Si suavizas mi vida
No estaré más tiempo
Sin saber que siento.

Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo.

Sou a mais nova fã de Julieta Venegas...

Comentários

Anônimo disse…
Linda e inteligente, com certeza é a mulher ideal.
Carlos disse…
Até quando tu escarra sai um Poema... Ta certo que mais com cara de Schopenhauer do que de Pessoa, mas um Poema!
Just Kuky it!
Artur disse…
não és apenas uma das pessoas mais sensuais que eu conheço, a maneira como escreves é sedutora.
abraços

Postagens mais visitadas deste blog

observador mirim

Meu filho exerce um fascínio sobre mim. Não me canso de estudar a anatomia dele, escutar a voz com a fala enrolada, corrigir os verbos e incentivar a não falar de si em terceira pessoa. Gosto das nossas brincadeiras e das nossas intimidades, do olhar cúmplice que temos. Mais que tudo, eu gosto de admirar a maneira como ele evolui. Ele testa os limites, arrisca, se impõem, teima, opina. Às vezes ele até me repreende. Eduardo tem uma personalidade doce e decidida. Com dois anos e oito meses já escolhe as próprias roupas, decide o que quer comer, o desenho preferido e o sabor do suco. Divide comigo uma centena de questionamentos. Nós somos muito bons juntos. Fico admirada com a visão que ele tem das coisas, as pequenas percepções e as grandes conclusões. Uma vez, antes do almoço, minha mãe cortava batatas pra fazer a salada e suspirou. Imediatamente ele perguntou se ela estava muito cansada. A naturalidade da pergunta traduzia a simplicidade da constatação, a preocupação com o esta

biscoitices

Dessas tantas ruas por onde passo, de todos os caminhos que não decoro, por tudo onde já me perdi, afirmo com certeza que nenhum rumo é plano ou reto. Há sempre uma curva, um degrau, uma pedra, um muro, uma árvore. Eu sou uma desinventora. E o que eu desinvento a mim pertence. O que não pertence, eu furto, ou roubo armada de flores, risada e cara de doida. O que é viver se não é praticar a insana alegria de mais um dia. Rotina não cansa. Desmonto as horas em minutos e na hora de montar novamente sempre sobra um tempo que vira saudade, que vira bobagem, que vira suspiro, que vira só tempo perdido mesmo. O que me aborrece é pensar que quase preciso pedir desculpa pela minha felicidade, como se a tristeza fosse servida junto com as refeições. Não tenho lentes cor de rosa para o mundo, nem sei brincar de contente, mas com tudo que já vem fora de encaixe, não preciso procurar o que mais pode ser alvo do meu descontentamento. Todos temos cicatrizes. Só procuro levar tudo de forma que e

bacio

Casar anda muito moderno. Mais moderno do que casar é manter-se casado. Em tempos onde o divórcio é presenteado com facilidades, conservar o estado civil contratado pelo casamento é um desafio moderníssimo. Os casais insistem em casar. Insistem mais do que em permanecerem casados. Às vezes o matrimônio exige insistência – a maioria das coisas que se faz em dupla exige, mas não sei porque em matéria de casamento a palavra insistência vem acompanhada de revirar de olhos e bufadas. A insistência não é ruim. Os maiores e os menores feitos da humanidade são paridos da insistência, até aquelas descobertas acidentais. Adoro casamentos, tenho cerimônias de núpcias em todos os finais de semana de outubro. Haja vestido! Acho linda aquela hora que os noivos trocam olhares de cumplicidade. Gosto mais ainda quando cochicham qualquer coisa deixando o público curioso. O noivo fala baixo no ouvido da noiva. A noiva ri. Todos ficam curiosos. Ah... juras de amor! Ou pequenas piadinhas entr