Apenas a despedida premeditada, inevitável - e que cumpre seu período de aviso prévio - permitirá termos a certeza de qual vai ser o último beijo, o último abraço e a última música. Dos fins que eu conheço, nenhum foi obediente. Faltou aquele que saiu exatamente como o planejado. Não tenho finais organizados. Eles são feitos de improviso. As minhas despedidas não tiveram tchau, nem a cena típica do adeus no porto, o aceno com o lenço branco emoldurado pelo sol se pondo, avermelhando o céu. Eu perdi dentro de mim a memória de quase todos.
Eu sou boa em perder as coisas. Chave do carro, chave de casa, tampa de caneta, marcador de página, tarraxa de brinco, envelope, moedas, tic-tac, razão, lápis de olho, auto-bilhetes, pendrive, nota fiscal, botões, oportunidade de ficar calada, pequenas manias, momentos e um pouco de tempo, já perdi tudo isso. Costumo semear meus pertences pelos quatro cantos do mundo. Mas esses dias eu perdi uma coisa que me deixou meio preocupada, não foi a primeira vez. Perdi eu mesma. Sim, consegui de novo.
A velha tática de largar as migalhas no caminho não funcionou. Quando a gente quer se perder, até a própria estrada ajuda. Fui conscientemente perdida. Abandonei-me à própria sorte. Nem fiquei preocupada com o que havia pela frente. O trajeto já era conhecido, o que tinha de novo eram as pedras do caminho. Alguns buracos foram tapados, novos foram abertos e eu torci meus tornozelos em vários deles.
É sempre assim quando a gente visita a casa onde já morou.
O que já foi dito está pichado na parede de cada cômodo. As fotografias perderam as molduras, os risos ficaram reais, os toques eram macios, os beijos molhados e meus cabelos emaranharam de verdade.
Dentro do balde, o gelo derreteu, a garrafa ficou vazia, a música era repetida pela quinta vez, anunciando a hora de se encontrar.
O caminho de volta se desenhou sozinho - nada lôbrego como previa – eu me achei. Nada nublou, a chuva não choveu, sem tempestades ou vendavais. Guardei o furacão para mais tarde. Usei apenas a brisa. Fechei o vidro do carro em uma sinaleira com medo que alguém invadisse pela janela tudo aquilo que eu pensava. O sinal abriu e eu segui.
É uma grande verdade que nunca se vem igual ao que se foi. Do meu baú de guardados, umas peças foram desguardadas. Elas não estão atravancando a passagem, nem viraram peça de decoração. Estão organizadas dentro da nova decoração. O que fazer não é um problema. Quem vê de fora pode achar um caos. Pode até ser, mas é tão bonito.
O caos é lúdico. Eu só sei crescer dos meus antagonismos. Sem conflito, não abro o olho pela manhã!
Qualquer erro é bem-vindo. Qualquer medo é justificável. Viver ainda é a minha escolha. O sossego me dá apenas saudade. Os pequenos enredos me fascinam.
Eu sigo tocando fogo no paiol e apagando a conta-gotas.
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2003 continua bem legal!
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- Que diferença isso faz? Amor não tem passado.
- Tem sim.
- Tem nada. Amor é substantivo atemporal!
- Mas amar é verbo... transitivo ou intransitivo?
- Hmmm, vem transitar aqui, mais pertinho e descobriremos juntos!
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PLEASE BABY DON'T
(John Legend and Sergio Mendes)
Please baby don't (baby don't)
Don't fall in love with me
Please baby don't (baby don't)
You know my history
See honey I (honey I)
I'm just trying to warn you (let me warn you)
Please baby don't (baby don't)
Don't fall in love with me
I've been cruisin down this road for a while now,
I should tell the truth...
Girl you've been so good to me but I know
I'm no good for you
You should run while you can
Find yourself a better man
'Cause I'm known for brief romance
And breakin hearts across the land
Yes I've been known to have a few temptations
Out there on the road
And let's say hypothetically I've slipped and
Took a couple home
Girl I know that's not fair
You need someone who'll be there
So just get away before it's too late
And you're pain is too much to bear
Please baby don't (baby don't)
Don't fall in love with me
Please baby don't (baby don't)
You know my history
See honey I (honey I'm)
I'm just trying to warn you (let me warn you)
Please baby don't (baby don't)
Don't fall in love with me
[Rhodes piano solo]
Please baby don't (baby don't)
Don't fall in love with me
Please baby don't (baby don't)
You know my history
See honey I'm (honey I'm)
I'm just trying to warn you (let me warn you)
Please baby don't (baby don't)
Don't fall in love with me
Now on second thought maybe we'll give
This love another try
'Cause I can't see you with no one else
I'm selfish I can't lie
So let's go, let's go slow
You know all you need to know
It could end one day but
Let's just say we'll see how far it goes
Please baby don't (baby don't)
Don't fall in love with me
Please baby don't (baby don't)
You know my history
See honey I'm (honey I'm)
I'm just trying to warn you (let me warn you)
Please baby don't (baby don't)
Don't fall in love with me.
Comentários
F.
Ah! Também não perca o note para continuar escrevendo!